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Entenda os cálculos do governo e como será feita a reabertura no Estado de São Paulo

Apesar da autonomia dos municípios para definir como será a abertura das atividades, as prefeituras terão de respeitar a fase de flexibilização estipulada pelo governo.

O governo de São Paulo, a despeito do crescente número de casos e mortes do novo coronavírus no estado, anunciou para a próxima segunda-feira (1º) um plano de flexibilização da quarentena.

Apesar da autonomia dos municípios para definir como será a abertura das atividades, as prefeituras terão de respeitar a fase de flexibilização estipulada pelo governo. Cálculos sobre a taxa de ocupação de UTIs (unidades de terapia intensiva) e sobre a evolução da pandemia da covid-19 vão nortear o risco de cada área

No decreto publicado hoje que detalha como será feita a retomada, o governo cita cinco cálculos que devem ser levados em conta no momento de aferir o risco de cada região:

Taxas de ocupação de leitos de UTI destinados exclusivamente à covid-19; Total de leitos ocupados por pacientes com covid-19 por 100 mil habitantes; Número de novos casos nos últimos 7 dias sobre o número de novos casos nos 7 dias anteriores (suspeitos e confirmados); Número de novas internações nos últimos 7 dias sobre o número de novas internações nos 7 dias anteriores (suspeitos e confirmados); Número de mortes por covid-19 nos últimos 7 dias sobre o número de mortes nos 7 dias anteriores

“A classificação final da área corresponderá à menor nota atribuída a um dos critérios (1) Capacidade do Sistema de Saúde ou (2) Evolução da Epidemia, arredondada para baixo até o número inteiro mais próximo”, diz trecho do decreto.

Reprodução

Essas normativas referem-se às cidades do interior e fora da Grande São Paulo. Na capital e nas cidades adjacentes, a ordem é manter tudo fechado. O prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou que só abre o setor que enviar um protocolo de segurança, com necessidade de aprovação pela Vigilância Sanitária.

Cores para definir as fases de flexibilização À exceção da Grande São Paulo, que terá divisão própria, a Secretaria de Estado da Saúde estipulou cores para definir as etapas de flexibilização.

Veja abaixo a relação das cores com os cálculos citados no começo da reportagem:

  • Vermelho, alerta máximo: liberação apenas de serviços essenciais, devido ao alto risco de contaminação;
  • Laranja, controle: fase de atenção, início da flexibilização de setores com baixo risco para a saúde;
  • Amarelo, flexibilização: começa a abertura também controlada de um número maior de atividades;
  • Verde, abertura parcial: flexibilização abrange outros ramos, mas ainda com restrições;
  • Azul, normal controlado: todas as atividades têm permissão para funcionar, mas com medidas de distanciamento e higiene.

O governo também definiu o que pode abrir, conforme a cor em que o município for enquadrado. No caso da fase 2 (laranja), por exemplo, shoppings e galerias poderão reabrir com capacidade limitada a 20%, horário reduzido e proibição de abertura de praça de alimentação.

O governo também definiu o que pode abrir, conforme a cor em que o município for enquadrado. No caso da fase 2 (laranja), por exemplo, shoppings e galerias poderão reabrir com capacidade limitada a 20%, horário reduzido e proibição de abertura de praça de alimentação.

Na fase mais branda (verde), shoppings poderão funcionar com 60% da sua capacidade e “adoção dos protocolos padrões e setoriais específicos”. Outras atividades que geram aglomeração, fora do eixo comercial e de serviços, estão vetadas em qualquer uma das situações.

Veja abaixo como cada serviço vai operar dependendo da cor e levando em consideração a seguinte ordem, de cima para baixo:

  • 1- Shoppings e galerias;
  • 2- Comércio;
  • 3- Serviços;
  • 4- Bares e Restaurantes;
  • 5 – Salões e barbearias;
  • 6 – Academias;
  • 7 – Outras atividades que geram aglomeração:
Tabela mostra como será o funcionamento das atividades comerciais em cada fase estipulada pelo governo - Reprodução

Doria ignorou próprio critério

Em 8 de maio, o governo do estado de São Paulo divulgou que uma cidade só teria direito a flexibilizar a quarentena se atingisse um índice de isolamento social mínimo de 55% A posição vai de encontro ao que ocorre agora, posto que apenas dois dos 104 municípios que contabilizam o isolamento atingiram essa meta, conforme números do último dia 26. Serviços como salões de beleza e restaurantes poderão reabrir em cidades como Araraquara, Bauru e Presidente Prudente, que possuem índices de isolamento muito baixos (39%). Incluiu-se Barretos no mesmo grupo de afrouxamento da quarentena, apesar do índice de 40%.

Os dois únicos municípios que bateram o mínimo de isolamento na terça foram São Sebastião, com 60% de isolamento, e Ubatuba, com 55%, no litoral norte.

fonte UOL

COMO FICA JUNDIAÍ?

OPINIÃO

Uma nova realidade

Artigo do prefeito Luiz Fernando Machado

Jundiaí dará um passo importante a partir do dia 1 de junho. Assim como outros municípios paulistas, iniciará a vigência do Plano São Paulo de retomada gradual da economia.

Diante desta nova etapa de enfrentamento da pandemia da covid-19, cabe a mim, como prefeito de uma das mais importantes cidades do Brasil, colocar em prática uma estratégia mista, modulada e pactuada para equilibrar prioridade à vida com retomada econômica.

Em Jundiaí, declaramos “Estado de Emergência” no dia 19 de março, com fechamento dos equipamentos públicos, suspensão das aulas, restrição ao funcionamento apenas do comércio de serviços essenciais, entre outras medidas adotadas tendo a ciência como referência.

Em meio à complexidade que a doença nos submeteu, fortalecemos a rede hospitalar de saúde, que, antes, dispunha de 16 leitos e chegou a 117, todos exclusivos para enfrentar a curva da contaminação.

Também colocamos em prática a testagem ampla, com padrão internacional e não apenas para quem tem sintomas do coronavírus. Compramos mais respiradores, além de firmamos parcerias com o Hospital Regional e com o 12º GAC para contar com leitos de retaguarda.

Por último, mas, certamente, a medida principal: tivemos e continuamos a contar com a maioria da população mobilizada, ciente da gravidade do momento e comprometida em reforçar a proteção de Jundiaí com resignação e consciência. Para o coronavírus, não há vacina a curto prazo. É certo de que vamos conviver com o vírus por muito tempo. Desta forma, fundamentados na ciência e no monitoramento contínuo dos dados, a nova fase de enfrentamento reforça a nossa missão de proteger a saúde e o emprego em nossa cidade.

Não é uma flexibilização aleatória. Não é para voltarmos ao normal como conhecíamos antes da pandemia. Um novo momento está estabelecido. Mas, tudo continuará sendo conduzido com transparência e de forma clara, e para que a população entenda e possa seguir os protocolos.

Regramentos devem ser cumpridos pelos setores que terão permissão de funcionamento, para que o modelo seja efetivo e avancemos para as próximas etapas da retomada gradual e segura da atividade econômica. A população deve permanecer vigilante, com máscara, e higiene correta das mãos, distanciamento social e, principalmente, sair de suas casas em caso de extrema necessidade.

Reitero o que disse mais de uma vez aqui neste mesmo espaço e em outras oportunidades. Tudo o que fizemos até aqui foi priorizando a vida. Tudo o que faremos daqui para frente terá o mesmo propósito, será priorizar a vida.

O coronavírus impactou vidas que se foram, aquelas que ainda lutam bravamente nos leitos do Hospital São Vicente e dos hospitais privados e as que estão impossibilitadas de trabalhar para garantir o sustento de suas famílias.

Em meio a tantas incertezas, é de fundamental importância a responsabilidade coletiva para construirmos a nova realidade.

Luiz Fernando Machado é prefeito de Jundiaí.

fonte: JJ