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Idosos devem redobrar atenção com Herpes Zoster

Infecção viral provoca bolhas e dor intensa. Vacina está em processo de incorporação ao SUS

Um em cada três idosos tem possibilidade de desenvolver herpes zoster, uma infecção viral que provoca pequenas bolhas na pele e, na maioria dos casos, é acompanhada de dor intensa. A doença tem maior possibilidade de se manifestar em pacientes com resposta imunológica debilitada. Por isso, idosos são os mais acometidos pela enfermidade.

O herpes zoster é causado por um vírus (varicela zoster), o mesmo agente da catapora, e é popularmente conhecida como “cobreiro”. Ela afeta quem já teve catapora ou contato com o vírus causador e acomete ramos de nervos cutâneos, com dores intensas, que podem permanecer por um período mínimo de 15 dias.  O Varicela Zoster infecta, aproximadamente, 98% da população adulta, mas nem todos desenvolvem a catapora.

A reativação do vírus pode ocorrer décadas após a infecção primária, ou seja, podemos ter tido catapora ou somente ter entrado em contato com o vírus e, após décadas, desenvolver o Herpes Zoster.

Na fase considerada ativa, surgem pequenas bolhas, que podem aparecer na testa, bochecha, nariz e em torno de um dos olhos. Na região da cabeça, o herpes zoster pode trazer risco de cegueira e, por isso, a infecção deve ser acompanhada, desde os primeiros sintomas, por um especialista.

Entre 10% e 15% dos pacientes acometidos pelo vírus da doença apresentam neuralgia pós herpética. Eles sentirão queimação e pontadas na área afetada e muita sensibilidade ao toque. Esses sintomas podem durar apenas 30 dias, mas em alguns pacientes podem continuar por meses, e até anos.

Para as pessoas com mais de 50 anos, existe uma vacina que pode prevenir o herpes zoster ou diminuir a intensidade da neuropatia para a maioria dos pacientes acometidos pela doença.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA

1. O herpes-zóster é causado pelo mesmo vírus que provocam o herpes oral e o genital?

Não. Os vírus são distintos, o herpes-zóster é causado pelo vírus varicela-zoster, que é o mesmo vírus responsável pela catapora (varicela).  (1,2).

 

2. O herpes-zóster é contagioso?

O herpes-zóster ocorre quando o vírus da catapora que já estava no seu corpo é reativado, então não é possível contrair o herpes-zóster. No entanto, uma vez que o vírus que causa a catapora e o herpes-zóster é o mesmo, se uma pessoa que nunca teve catapora entrar em contato direto com as erupções cutâneas de uma pessoa com herpes-zóster, ela pode manifestar a catapora. (1).

3. Quais os principais sintomas do herpes-zóster?

Os primeiros sintomas podem incluir sensação de formigamento e dor no lugar onde vão aparecer as lesões e, em alguns casos, febre baixa no primeiro dia. Depois, começa a aparecer vermelhidão no local afetado e só então eclodem as bolinhas com água, ou seja, as vesículas contendo o vírus. (2)

Como o vírus segue a raiz nervosa, as lesões podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas em geral surgem na região do tórax, da lombar e cervical, sempre em apenas um dos lados, ou seja, sem ultrapassar a linha média que divide o corpo em duas partes: o lado direito e o lado esquerdo (1,2).

 

 

4. Quem está mais suscetível a desenvolver herpes-zoster?

Pessoas com mais de 50 e também, indivíduos imunocomprometidos, mesmo mais jovens, como pacientes oncológicos, pessoas que vivem com HIV, que realizaram transplantes ou fazem uso de medicamentos imunossupressores são mais vulneráveis a manifestar a doença (1,2).

 

5. Como a doença evolui?

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença surge de modo gradual e leva de dois a quatro dias para se estabelecer. Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas ressecam, formam-se crostas e o quadro evolui para a cura em duas a quatro semanas. A dor associada ao herpes-zóster pode persistir por um período mais longo, sendo essa uma complicação da doença conhecida como neuralgia pós-herpética. (2,4).

 

6. Existem complicações do herpes-zóster?

O herpes-zóster pode provocar complicações sérias, como a neuralgia pós-herpética, que pode causar dores intensas e persistentes, em especial em pessoas com mais idade, com infecções secundárias na pele, entre outras (1,2,4).

7. Há tratamento para o herpes-zóster?

O tratamento pode ser feito com medicamentos antivirais que também são usados para tratar o herpes labial e o herpes genital. Em geral, eles são usados para amenizar o quadro de disseminação viral e o risco de complicações. Como o herpes-zóster caminha por um nervo responsável pelas sensações da região onde se situa, sua inflamação pode provocar uma dor intensa chamada neuralgia no local em que a lesão apareceu. Assim, o tratamento da dor muitas vezes é necessário (1,2,3).

8. Qual a incidência da doença?

De acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), um em cada três adultos poderá manifestar o herpes-zóster em algum momento da vida. No Brasil, estima-se que mais de 94% da população adulta brasileira pode estar infectada com o vírus causador do herpes-zóster.

VACINA

A vacina contra herpes zoster está em processo de incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS), com previsão de estar disponível em 2026. Atualmente, a vacinação está disponível apenas na rede privada. O Ministério da Saúde iniciou o processo de avaliação para incluir a vacina no SUS, considerando a demanda e a viabilidade técnica

Custo: O custo da vacina na rede privada pode variar, com o esquema completo (duas doses) custando cerca de R$ 2.000.
Indicação: A vacina é indicada para pessoas com 50 anos ou mais e para pessoas com risco aumentado para herpes zoster, como imunossuprimidos.

Fontes: Site Drauzio Varella e Vacinuss