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Demissões de bancários pode aumentar número de golpes contra idosos’’, alerta Sindicato da categoria

A falta de funcionários para o atendimento tem facilitado a ação de golpistas. ‘’Eles avistam, por exemplo, idosos com dificuldades no caixa eletrônico e se passam por funcionários, conseguindo todos os dados do cliente”, afirma Paulo Malerba, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região.

Em entrevista à Rádio Cidade de Jundiaí, na manhã desta terça-feira (20), o presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, Paulo Malerba, lembrou que a redução de funcionários nas agências bancárias tem sido um gatilho para o aumento de golpes, principalmente contra idosos.

Malerba abordou a reestruturação do Banco do Brasil, que pretende desligar cinco mil empregados, com o processo de demissão voluntária, e o fechamento de 360 agências já neste ano. ‘’Só em nossa região, cerca de 60 trabalhadores já estão na lista para sair’’.

O presidente destacou que essa tendência dos bancos tradicionais em seguir o movimento das fintechs e bancos digitais, que atuam exclusivamente de forma virtual, pode ser um tiro no pé. ‘’Precisamos lembrar que os bancos tradicionais têm um público mais diversificado, inclusive pessoas mais simples, que têm pouca ou nenhuma vivência com o banco digital e que valorizam o contato direto com os gerentes, como é o caso de pequenos empresários e dos produtores rurais, que precisam negociar créditos’’.

A falta de funcionários para o atendimento tem facilitado a ação de golpistas. ‘’Eles avistam, por exemplo, idosos com dificuldades no caixa eletrônico e se passam por funcionários, conseguindo todos os dados do cliente. Portanto, os bancos que já tem a tradição de atendimento direto ao público, não podem fazer uma reestruturação da noite para o dia, porque o impacto é negativo demais para funcionários e clientes’’, afirma Malerba.

‘’Os bancos estão indo nessa direção, mas perdem o ativo principal que são os profissionais com os quais os clientes tem proximidade e oferecem atendimento de qualidade, na área de consultoria e assessoria financeira’’.

Demissão em plena pandemia

Paulo Malerba ressaltou que os bancos tem descumprido o acordo feito com o Comando Nacional dos Bancários de não demitir durante a pandemia. Juntos, Bradesco, Itaú e Santander já demitiram mais de 13 mil bancários só em 2020.

‘’Por ora, o BB quer que a demissão seja de forma voluntária. Mas quem está na lista e não aderir, corre o risco de ser  transferido para outra cidade, o que acaba forçando o desligamento’’.

Com estruturas menores e redução de funcionários, os profissionais sofrem o impacto de trabalhar muito mais e ainda sofrer a pressão por metas de vendas. ‘’Por conta de tanta pressão, somos uma das categorias que mais sofre afastamentos por transtornos mentais’’.

O presidente lembra que os sindicatos tiveram grande conquista ao conseguir que trabalhadores do grupo de risco fossem enviados para o sistema de home office. ‘’Mas esse processo de reduzir custos com infraestrutura e pessoal vem bem antes da pandemia. Apesar dos lucros exorbitantes que os bancos têm no Brasil, cobram o cliente com juros abusivos e se desfazem de trabalhadores que passaram a vida suportando um trabalho estressante e que acabam sendo demitidos, inclusive próximos de se aposentar’’.

Protesto

Nesta quinta-feira (21) trabalhadores do Banco do Brasil realizam o Dia Nacional de Luta e no dia 29 está prevista a paralisação das agências em nível nacional.

A Contraf-CUT já solicitou ao Banco do Brasil informações sobre agências, locais e postos de trabalho que serão extintos. ‘’A transparência, que deveria ser norma, inexiste, por isso não restará solução que não solicitar junto ao Ministério do Trabalho mediação”, informou a assessora Jurídica da Contraf-CUT.

fontes: Seeb Jundiaí e Contraf CUT