Para conseguir dinheiro extra, aposentados e pensionistas fazem bico. Dinheiro foi liberado durante a pandemia, mas especialistas alertaram que benefício faria falta no Natal e fim de ano
Pelo segundo ano seguido, os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ficarão sem receber o 13º salário no fim do ano, quando, tradicionalmente, o abono é pago aos beneficiários da Previdência Social e aos trabalhadores da ativa.
Em 2020, para atenuar os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, o governo federal decidiu antecipar o pagamento do 13º salário para o primeiro semestre. Neste ano, a equipe econômica repetiu a medida, liberando as duas parcelas do abono entre os meses de maio e julho (de acordo com o número final do benefício).
Com a mudança, os segurados ficarão mais uma vez sem a grana extra para cobrir as despesas de fim e de início de ano. A aposentada Cristiane Soares Tenca de Souza, 56 anos, conta que não conseguiu guardar o dinheiro do 13º que recebeu no meio do ano.
“A situação está bem apertada. As contas aumentaram muito”.
“Se eu pudesse optar, escolheria sempre receber no fim do ano. No meio do ano a gente gasta e nem vê”, afirma a aposentada Odi Abreu, 67, moradora da zona norte da capital paulista. “Espero que tudo volte ao normal no ano que vem”, diz ela.
Para o aposentado Wilson Bernardes de Souza, 65, o jeito para conseguir complementar a renda foi fazer bicos na área da construção civil. “Se eu não fizesse esses bicos, a situação ficaria bem mais apertada agora no fim do ano”, afirma ele.
Outro aposentado que terá de fazer trabalhos extras para cobrir a falta de grana que o abono traria é Waldir Francisco da Silva, 65. “O ideal mesmo seria se, nesse período de pandemia, pelo menos, o governo liberasse o 14º salário”, diz, sobre projeto que tramita na Câmara.
Projeto do 14º salário avança na Câmara
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que prevê o pagamento de um 14º salário para beneficiários do INSS em caráter experimental.
A proposta foi criada para minimizar os impactos financeiros da pandemia de Covid-19. Se a matéria for aprovada, as parcelas serão pagas em março de 2022 e de 2023, limitadas a até dois salários mínimos (R$ 2.200 neste ano). Em novembro, o texto passou na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara.
Agora, o texto será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, a última a fazer a avaliação.
Se for aprovado nesta comissão, o projeto vai direto para o Senado. De lá, caso seja avalizado pelos senadores, irá para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto original, do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), previa o 14º para aposentados e pensionistas do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) nos anos de 2020 e 2021.
Durante a tramitação, a proposta foi anexada a um outro projeto, do deputado Aureo Ribeiro (SD-RJ), que propôs o pagamento do 14º até 2023. Outra mudança foi a inclusão do 14º para pessoas que recebem auxílio-doença e auxílio-acidente. O projeto original previa o abono apenas para aposentados e pensionistas.
Fim de ano sem 13º | Situação se repete
- Assim como ocorreu no ano passado, o governo federal decidiu antecipar o 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por causa dos efeitos provocados pela pandemia de Covid-19 na economia
- Neste ano, os beneficiários receberam as duas parcelas do abono entre os meses de maio e julho, de acordo com o número final do benefício
- Sendo assim, os aposentados e pensionistas do INSS ficarão pelo segundo ano consecutivo sem a grana extra do 13º para arcar com as despesas de fim de ano
Como fica no ano que vem
- O Ministério da Economia ainda não sinalizou se pretende antecipar novamente o 13º no ano que vem ou se voltará a pagar o abono nas datas convencionais, com a segunda parcela sendo depositada a partir de novembro
Projeto do 14º salário
- Está em tramitação no Congresso um projeto de lei que prevê o pagamento de um 14º salário para beneficiários do INSS até 2023
- O projeto foi aprovado na Comissão de Finanças da Câmara e chegou na semana passada à Comissão de Constituição e Justiça, mas ainda não há data para ser votado
- Caso seja aprovado nessa comissão, segue direto para o Senado e, se passar, vai para sanção presidencial
- A proposta prevê que as parcelas serão pagas em março de 2022 e de 2023, limitadas a até dois salários mínimos / fonte Agora UOL
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