Comissão apura denúncias de abusos e fraudes em empréstimos consignados e na gestão da folha de pagamentos de benefícios do INSS.
A presidente do Palmeiras e da Crefisa, Leila Pereira, poderá ser convocada pela CPMI do INSS, que investiga irregularidades em contratos bilionários firmados entre o Instituto Nacional do Seguro Social e a instituição financeira.
A Crefisa venceu, em abril, 25 dos 26 lotes do leilão para administrar a folha de pagamento de benefícios previdenciários, em um contrato estimado em R$ 12 bilhões (2025–2029). Poucos meses depois, o INSS suspendeu cautelarmente os contratos, após o aumento expressivo de reclamações de beneficiários e denúncias de práticas abusivas.
Entre os problemas relatados estão empréstimos sem autorização de aposentados, venda casada de produtos financeiros, cobranças indevidas e atrasos no repasse dos benefícios. De acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), as queixas contra a Crefisa dobraram entre 2024 e 2025, motivando a suspensão parcial dos contratos.
A CPMI considera imprescindível ouvir Leila Pereira para esclarecer como a empresa foi escolhida para gerir uma fatia tão grande da folha do INSS e quais providências foram adotadas diante das denúncias. O caso também deve subsidiar mudanças na regulação do crédito consignado e na gestão dos pagamentos previdenciários.
A Crefisa nega qualquer irregularidade, afirmando que todos os contratos são feitos com autorização dos clientes e que cumpre rigorosamente as exigências legais. A instituição diz ainda que o índice de reclamações é inferior a 1% e que investiu mais de R$ 1 bilhão em tecnologia e modernização para aprimorar os serviços.
Os pedidos de convocação de Leila Pereira foram apresentados pelos deputados Delegado Fabio Costa (PP-AL), Sidney Leite (PSD-AM), Evair Vieira de Melo (PP-ES) e pelo senador Marcos Rogério (PL-RO). As solicitações ainda serão votadas pela comissão.
foto da presidenta Leila Pinheiro (reprodução nas redes sociais)
